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Todo o off roader sonha com um guincho...Mas, quantos off roaders sabem realmente usar o guincho? Ou ainda, quantos já usaram os seus guinchos? Vamos tentar dar uma pequena luz sobre este assunto...
O que olhar primeiro
TIPO DA ENERGIA UTILIZADA
Os guinchos atualmente podem ser elétricos (utilizam energia elétrica, fornecida pela bateria), mecânicos (utilizam energia vinda diretamente do motor), hidráulicos (utilizam energia do motor através de uma bomba hidráulica) ou manuais (utilizam energia externa ao veículo, geralmente do Zequinha).
Os 4 tipos acima convivem no mercado, e cada um "puxa a sardinha para sua brasa". Os elétricos defendem a "independência" (podem operar determinado tempo sem o motor do veículo ligado), os mecânicos defendem sua potência (usam toda a potência disponível pelo motor), os hidráulicos defendem sua longevidade e permanência em funcionamento (dão menos manutenção e podem ficar guinchando por mais tempo) e os manuais defendem o preço baixo.
Guincho elétrico: Consiste em um motor elétrico, parecido com o do motor de arranque de seu carro, de alta potência (portanto, alto consumo de energia) conectado a um redutor, que por sua vez está conectado ao rolo onde está o cabo. A energia a ser fornecida pela bateria, passará pelos cabos elétricos (que devem ser dimensionados para tanto, normalmente se colocam cabos de 50 mm2 que necessariamente devem ir, tanto o positivo como o negativo, até a bateria, NÃO USE O CHASSIS PARA O TERRA), por uma série de solenóides (chaves magnéticas) e então alimentarão o motor, que girará no sentido certo, movimentando o redutor e este por sua vez o rolo, fazendo o cabo enrolar ou desenrolar nele.
Guincho mecânico: Consiste em um redutor, acoplado diretamente à árvore de manivelas do motor (às vezes podem ser conectados no câmbio) que por sua vez está conectado ao rolo, onde o cabo será enrolado ou desenrolado. O acionamento deverá ser feito através de alavancas manuais, que geralmente desconectam o redutor da árvore de manivelas do motor (virabrequim). Quando o redutor está conectado e o motor em funcionamento, o redutor irá acionar o cabo.
Guincho hidráulico: Consiste em um conjunto de bomba e motor hidráulico, conectado a um redutor que está solidário ao rolo. Quando uma pressão é gerada pela bomba, esta se transforma em movimento pelo motor hidráulico, que, girando, aciona o redutor e este por sua vez o rolo, fazendo com que o cabo se enrole ou desenrole. Normalmente (mas nem sempre) a bomba hidráulica utilizada é a bomba da direção hidráulica do próprio motor (o que faz com que este tipo de guincho seja "abominado" por alguns técnicos, que dizem que isso pode diminuir a vida útil da bomba). Um conjunto de válvulas permite que o motor receba ou não pressão da bomba.
Agora, entendendo como cada um dos sistemas funciona, podemos pesar os prós e contras de cada um e escolher o nosso, com boa chance de acerto.
Se necessitamos de um guincho que seja rápido, porém que não possa funcionar por muito tempo seguido, escolhemos o elétrico, se precisarmos de um guincho que funcione por muito tempo, poderemos optar pelo mecânico ou o hidráulico, entretanto, não podemos nos esquecer que sempre necessitaremos que o motor esteja ligado durante a operação de "salvamento". Lembre-se que um guincho deve ser usado somente em uma emergência, portanto, o tempo e o percurso que será feito, deve ser pequeno (se você ouvir de uma pessoa que guinchou um veículo por mais de 30 metros, algo está errado).
De posse do guincho, de acordo com as nossas necessidades, vamos à
INSTALAÇÃO
Passo sério, um guincho mal instalado é pior que não ter um guincho, temos que nos preocupar com a segurança, portanto, compre um suporte que tenha sido desenhado especificamente para o seu veículo, adequado ao tamanho do guincho, e que, obrigatoriamente, passe pelo chassis (longarinas) ou no monobloco, em áreas com bastante reforço estrutural. Geralmente se usam chapas grossas, desconfie de um suporte muito leve e nunca prenda o suporte ao parachoque de seu carro, você corre o risco de ficar sem o parachoque.
Caso seu guincho seja elétrico, siga a recomendação do fabricante quanto à área em milímetros quadrados do fio a ser usado, fios finos esquentam e prejudicam a performance do guincho, fios grossos são mais caros. Mais uma vez, NUNCA LIGUE O NEGATIVO DO GUINCHO AO TERRA DO SEU VEÍCULO, já ví casos de rompimento nos cabos de freio de mão, acelerador, enfim, em todos os cabos que conectam a parte mecânica à cabine e ao chassis, por falta de "terra" adequado no guincho, portanto, não economize dinheiro nisso, leve o fio "terra" do guincho até o negativo da bateria, use conectores fortes, evite o mau contato.
É prudente também a colocação de uma chave geral no fio do guincho, ela tem que ser muito forte (alguns guinchos chegam a usar 400 amperes da bateria) para aguentar a corrente, esta chave estará instalada somente como precaução, se um ou dois solenóides travarem (o guincho ficará ligado permanentemente), você poderá recorrer à chave geral para desconectar o seu guincho da bateria.
Prenda pelo menos dois ganchos de ancoragem no chassis (ou aproveite o suporte do guincho e prenda os ganchos lá) eles serão necessários na hora de usar a patesca.